Jair Bolsonaro. EFE/Arquivo/Sebastião Moreira

Bolsonaro repudia ataque com explosivos ao STF

Brasília (EFE).- O ex-presidente Jair Bolsonaro repudiou nesta quinta-feira o ataque com explosivos contra a sede do Supremo Tribunal Federal (STF), que terminou com a morte do autor do atentado, e fez um apelo a todos os partidos e instituições do país para que avancem rumo à “pacificação nacional”.

“Já ou da hora de o Brasil voltar a cultivar um ambiente adequado para que as diferentes ideias possam se confrontar pacificamente, e que a força dos argumentos valha mais que o argumento da força”, escreveu o ex-presidente em suas redes sociais.

Bolsonaro, investigado no Supremo por incitar e participar de uma suposta trama golpista para derrubar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva após perder as eleições de 2022, atribuiu “o triste episódio” ocorrido na Praça dos Três Poderes, em Brasília, a um “fato isolado” causado por “perturbações na saúde mental” do autor do atentado.

O ataque ocorreu na noite de ontem, quando um homem se aproximou da sede do STF e começou a lançar artefatos explosivos contra o mais alto órgão judiciário do país, segundo imagens de câmeras de segurança divulgadas nesta quinta-feira.

Em determinado momento, ocorre uma detonação perto do homem, que cai ao chão e para de se mover. Na madrugada ada, a polícia desativou os demais explosivos que o autor do ataque transportava em um colete ligado a um temporizador.

“Pacificação nacional”

“Apelo a todas as correntes políticas e aos líderes das instituições nacionais para que, neste momento de tragédia, deem os os necessários para avançar na pacificação nacional”, declarou Bolsonaro.

A Praça dos Três Poderes já foi palco do ataque de milhares de extremistas que em 8 de janeiro de 2023 tentaram incitar um golpe contra Lula, com a intenção de devolver Bolsonaro ao poder.

O ex-presidente, que tem feito duras acusações contra os juízes do Supremo, tem pedido repetidamente ao Congresso uma anistia para os condenados por esse episódio, argumentando que é necessário pacificar o país.

Neste contexto, destacou nesta quinta-feira que “a defesa da democracia e da liberdade não será consequente enquanto não se restaurar no nosso país a possibilidade de diálogo entre todas as forças da nação”.

O ataque em frente ao Supremo Tribunal Federal, que não causou mais vítimas, foi precedido pela detonação de explosivos colocados dentro de um carro estacionado na rua, próximo a um prédio anexo à Câmara dos Deputados.

O proprietário do carro foi identificado como Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiu França, membro do Partido Liberal (PL).

O ataque ocorreu às vésperas da cúpula de presidentes e chefes de governo dos países do G20, que será realizada na cidade do Rio de Janeiro nos dias 18 e 19 de novembro. EFE