Barcelona (EFE).- O atacante brasileiro Neymar, do Paris Saint-Germain, prestou depoimento nesta terça-feira no tribunal de Barcelona, na Espanha, onde ocorre julgamento sobre a transferência do jogador do Santos para o Barcelona.
O craque respondeu perguntas do promotor e dos advogados de defesa, mas também se dirigiu ao juiz José Manuel del Amo, que o liberou de participar do primeiro dia de audiências, para que ele pudesse descansar após ter atuado em partida do Campeonato Francês.
Neymar – para quem o Ministério Fiscal espanhol pede dois anos de prisão e 10 milhões de euros (R$ 51,8 milhões) em multa por crime de corrupção empresarial -, ainda será o último a se manifestar no julgamento, por videoconferência, em 31 de outubro.
Hoje, o atacante brasileiro garantiu nunca ter participado nas negociações pela sua transferência, mas sim o pai dele, que também era seu representante, que prestaria depoimento na sequência.
Neymar da Silva Santos é sócio da mãe do jogador, Nadine Gonçalves, na empresa N&N Consultoria Esportiva, que recebeu 60 milhões de euros do Barcelona por razões diversas.
O clube catalão ainda pagou ao Santos outros 25 milhões de euros, 17,1 milhões pela transferência, e mais 7,9 milhões pela preferência que jamais exerceu em três jogadores da base do Peixe.
O fundo de investimento DIS, que é parte da acusação privada no julgamento, somente recebeu 6,8 milhões de euros por toda a operação, embora detivesse 40% dos direitos do atacante.
Pai de Neymar responde a perguntas em Barcelona
“Em novembro de 2011, assinamos com o Barcelona um acordo de prioridade, para contratar Neymar em 2014”, disse o pai do jogador, que também respondeu perguntas da promotoria e da própria defesa.
Neymar da Silva Santos explicou que contava com uma carta assinada pelo ex-presidente do Peixe Odílio Rodrigues, que também acusado no julgamento, que autorizava a realização de negociações com o Barcelona.
Perguntado porque não informou ao DIS sobre as conversas, por se tratar de detentor de 40% dos direitos do jogador, o pai de Neymar disse que esta era uma responsabilidade do Santos, não dele.
A dele, conforme detalhou, era “conseguir o melhor contrato possível” para o filho, que “desde criança queria jogar no Barcelona”.
Além disso, Neymar da Silva Santos itiu que, desde 2009, o Real Madrid tentava contratar o atacante.
Pai e filho são alvos de pedido de dois anos de prisão por crime de corrupção empresarial pelo Ministério Fiscal da Espanha.
No caso, conhecido como “Neymar 2”, é solicitado cinco anos de prisão e 10 milhões de euros em multa para o ex-presidente do Barcelona Sandro Rosell, assim como três anos por fraude para Odílio Rodrigues, entre outros envolvidos. EFE