Joe Biden durante uma coletiva nesta terça-feira. EFE/EPA/SHAWN THEW

Biden promete que EUA darão a Israel o que for necessário para se defender

Washington (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu nesta terça-feira que o país dará a Israel tudo o que for necessário para se defender, em resposta ao ataque do Hamas no sábado ado, que se transformou em uma escalada de violência que deixou centenas de mortos em ambas os lados.

Em discurso na Casa Branca, Biden confirmou que há cidadãos americanos entre os sequestrados pelo Hamas e elevou para 14 o número de americanos mortos em Israel.

“Temos de ser absolutamente claros: estamos do lado de Israel”, disse Biden em discurso acompanhado pela vice-presidente, Kamala Harris, e pelo secretário de Estado, Antony Blinken.

“Vamos nos certificar de que Israel tem o que precisa para cuidar dos seus cidadãos e para se defender em resposta a este ataque”, complementou Biden, acrescentando que Washington vai continuar a ajudar Israel durante a guerra contra o Hamas.

Concretamente, explicou que os EUA já estão enviando a Israel munições e os componentes necessários para o sistema de defesa antiaérea Domo de Ferro, que Israel tem utilizado nos últimos dias contra os mísseis lançados da Faixa de Gaza.

Além disso, os Estados Unidos reforçaram a sua presença militar na região, destacando caças, incluindo os sofisticados F-35 e F-15, e enviando um grupo de porta-aviões e navios para o Mediterrâneo Oriental, incluindo o USS Normandy, equipado com mísseis antiaéreos, antissuperfície e antissubmarinos.

“Ato de pura maldade”.

Biden começou o seu discurso classificando o ataque do Hamas como “um ato de pura maldade” e descreveu cenas de horror, com jovens massacrados enquanto participavam em um festival de música e pais que tiveram de se esconder com os filhos enquanto milicianos do Hamas percorriam cidades israelenses perto da fronteira com a Faixa de Gaza.

O político democrata aproveitou a oportunidade para criticar os métodos do Hamas e acusou o grupo de utilizar os civis da Faixa de Gaza, onde vivem 2,3 milhões de pessoas, como escudo contra Israel.

“Não há justificativa para o terrorismo. Não há desculpa. O Hamas não defende o direito do povo palestino à dignidade e à autodeterminação. O seu objetivo declarado em relação ao Estado de Israel é matar o povo judeu. Usam os civis palestinos como escudos humanos”, declarou o mandatário.

Pouco antes do discurso, Biden falou com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, ao qual falou que a resposta dos EUA será “rápida, decisiva e esmagadora”, reiterando que democracias como os Estados Unidos e Israel são mais seguras quando atuam de acordo com o estado de direito.

Israel respondeu ao ataque do Hamas declarando o estado de guerra e bombardeando a Faixa de Gaza no sábado, na pior escalada do conflito em décadas.

O total de mortos já a de 1.700. Do lado israelense, o número de mortes chegou a 900, enquanto mais de 100 pessoas foram sequestradas e levadas para Gaza.

Do lado palestino, os bombardeios aéreos de Israel em Gaza causaram 830 mortes, às quais se juntam os 1.500 milicianos do Hamas mortos em território israelita depois de o Exército ter reconquistado as cidades que tinham sido tomadas nos últimos dias.

Americanos entre os raptados pelo Hamas.

Durante o discurso, Biden confirmou que há cidadãos americanos entre os sequestrados pelo Hamas e elevou para 14 o número de americanos mortos em Israel.

“Sabemos agora que há cidadãos americanos entre os raptados pelo Hamas. Dei instruções à minha equipe para compartilhar informações e colocar especialistas de todo o governo dos EUA à disposição das autoridades israelenses para as ajudar na recuperação e resgate dos reféns”, anunciou.

Até o momento, a Casa Branca tinha confirmado a morte de 11 cidadãos americanos na sequência do ataque, mas o presidente elevou este número para 14.

Os EUA estão em alerta para a possibilidade de ataques em solo americano contra sinagogas e outros centros comunitários judaicos. EFE