Lagos (Nigeria), em 14 de julho de 2023. EFE/Akintunde Akinleye

Chuvas e inundações do El Niño agravam fome no leste da África, alerta ONU

Nairóbi (EFE).- O Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA) alertou nesta sexta-feira sobre a piora da segurança alimentar no leste da África devido às chuvas torrenciais e às enchentes provocadas pelo fenômeno climático El Niño, após a pior seca dos últimos 40 anos.

“A recuperação incipiente (do impacto da seca) agora está sendo levada pelas enchentes. Desde o início das chuvas em outubro do ano ado, as precipitações ficaram 140% acima da média e destruíram propriedades, infraestrutura e plantações, além de acabar com o gado”, reportou o PMA em comunicado de Nairóbi.

“A crise climática está causando estragos na África Oriental, uma região com baixas emissões (de gases de efeito estufa) que está sofrendo o impacto da emergência climática global”, acrescentou.

De acordo com o PMA, as fortes chuvas já afetaram quase três milhões de pessoas na região e forçaram mais de 1,2 milhão a fugir de suas casas.

“Com a previsão de mais chuvas, temo que o pior ainda esteja por vir”, disse o diretor do PMA para a África Oriental, Michael Dunford.

Pelo menos 160 pessoas morreram no Quênia em decorrência das chuvas, enquanto pelo menos 110, 57 e 63 pessoas morreram em Somália, Etiópia e Tanzânia, respectivamente, de acordo com dados da ONU e do governo.

Antes, a seca havia deixado a Somália à beira da fome, com 6,6 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar aguda, segundo a ONU. Além disso, causou insegurança alimentar que afetou cerca de 4,4 milhões de quenianos em meados deste ano.

O El Niño consiste em uma mudança na dinâmica atmosférica causada por um aumento na temperatura do Oceano Pacífico. EFE