Miguel Ángel Oliver nesta quinta-feira. EFE/Fernando Alvarado

Parlamento espanhol aprova nomeação de Miguel Ángel Oliver como presidente da Agência EFE

Madri (EFE).- A nomeação do jornalista Miguel Ángel Oliver como presidente da Agência EFE foi aprovada nesta quinta-feira, por 20 votos a favor e 17 contra, pela Comissão Constitucional do Congresso dos Deputados da Espanha.

Antes da emissão do parecer sobre a idoneidade de Oliver para presidir a maior agência de notícias de língua espanhola do mundo, o jornalista garantiu que a EFE “é e deve continuar sendo um dos principais garantidores da liberdade de imprensa no nosso país (Espanha) e em todo o continente americano”.

A liberdade de expressão e o direito à informação verdadeira são “realidades inseparáveis” e “princípios inalienáveis” que “inspiram e com o qual se compromete” o jornalismo da EFE, afirmou Oliver em seu pronunciamento perante essa comissão depois de ter sido indicado pelo governo espanhol para o cargo, durante o qual recebeu a rejeição do conservador Partido Popular e da legenda de extrema-direita Vox.

“A EFE é a principal guarita para o exercício desses direitos e dessas liberdades”, declarou.

Oliver, que também lamentou a morte ontem do ex-presidente da EFE entre 1996 e 2004, Miguel Ángel Gozalo, defendeu a gestão deste bem público “a partir do mais absoluto respeito pela liberdade e independência informativa” e da “gestão transparente e correta do dinheiro público”.

Para cumprir estes dois mandatos, Oliver prometeu comparecer sempre que lhe fosse solicitado porque os direitos fundamentais e as liberdades públicas, na sua opinião, “são a espinha dorsal de um Estado de direito como o nosso”.

O jornalista, que conversou nos últimos dias com a ex-presidente da EFE, Gabriela Cañas, considerou que “possivelmente” “a partir da continuidade empresarial e institucional”, sejam necessários “novos os” para devolver a EFE ao caminho da competitividade jornalística e da modernização e estabilidade empresarial e laboral.

Sobre a realidade jornalística atual, comentou que a proliferação dos meios digitais e das redes sociais “torna a informação da agência cada vez mais dispensável” aos grandes meios de comunicação, instituições e organizações, que são os clientes “essenciais” da agência e que negociam as suas s “em baixa”.

Nesse sentido, salientou que a EFE “é e deve continuar sendo um dos principais garantidores da liberdade de imprensa no nosso país e em todo o continente americano”, apesar de alguns meios de comunicação preferirem “pescar em turbulentas águas digitais”.

“A EFE é uma garantia de democracia (..) O tesouro desta agência se expressa em poucas palavras: ‘Se a EFE diz, é verdade’, ‘se os jornalistas da EFE dizem, é verdade’ (…) A EFE conta os fatos, não tem linha editorial, é imparcial e plural”, destacou o jornalista, que também valorizou a verdadeira riqueza da agência, seus profissionais.

Por isso, seu objetivo é trabalhar para o crescimento comercial e consolidação financeira da empresa e os seus planos incluem a promoção do seu Plano Estratégico para cumprir todas as vertentes do Serviço de Interesse Econômico Geral, como dinamizar a renovação tecnológica e incorporar novos perfis profissionais para enfrentar os desafios das novas tecnologias.

Oliver também referiu-se aos cerca de 1.000 funcionários da EFE, metade deles em Madri, e advertiu que analisar esta situação e procurar fórmulas de reequilíbrio territorial “é quase um mandato, dada a pluralidade da nossa estrutura territorial”.

O jornalista destacou ainda o papel da agência como uma das ferramentas mais importantes do idioma espanhol em todo o mundo e entendeu como uma das linhas de crescimento da agência aumentar, não só a produção audiovisual, mas também a produção em inglês para penetrar em novos mercados.

Por fim, Oliver destacou os 85 anos de história da EFE, “uma vida inteira dedicada à boa informação, ao melhor jornalismo, construída pela dedicação de várias gerações de informadores e fotojornalistas, de ‘agenceiros’”, a quem quis homenagear “por serem a melhor escola para jornalistas neste país”.

“Seria uma verdadeira honra fazer parte da sua equipe”, concluiu, antes de ter seu nome aprovado pelo Congresso espanhol. EFE