Joe Biden. EFE/Samuel Corum /POOL

Biden acusa China de “trapaça” e anuncia aumento de tarifas sobre produtos chinesesv

Washington (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, acusou nesta terça-feira a China de “trapaça” ao anunciar oficialmente novas tarifas sobre importações de produtos chineses e prometeu que os veículos elétricos do futuro “serão fabricados nos Estados Unidos”.

“Às vezes, a China rouba diretamente por meio de espionagem cibernética e outras manobras, e isso está bem documentado e é reconhecido internacionalmente. E quando eles usam táticas como essa, não estão competindo. Não é concorrência, é trapaça”, disse o governante em discurso na Casa Branca.

Como já havia antecipado a Casa Branca, Biden anunciou nesta terça-feira novas tarifas no valor de US$ 18 bilhões sobre as importações de produtos da China, sendo os veículos elétricos os mais punidos, com taxas que vão de 25% a 100%.

Em seu discurso, o presidente americano revelou os detalhes de uma conversa que teve sobre comércio com o presidente chinês, Xi Jinping, com quem se reuniu duas vezes pessoalmente desde que chegou à Casa Branca em 2021, em um esforço para manter as linhas de comunicação abertas e evitar que a concorrência se transforme em conflito.

“ei muito tempo com Xi Jinping. E, logo no início, ele me perguntou por que eu estava sendo injusto com a China, e o que eu disse a ele foi: ‘Olhe, se você quer jogar pelas mesmas regras. Se quiser fazer negócios na China, você precisa ter 51% de propriedade chinesa e fornecer o a toda a sua propriedade intelectual. Você quer fazer isso nos EUA?’. A resposta foi o silêncio”, concluiu Biden.

As novas tarifas afetam setores considerados vitais para o futuro econômico e a segurança nacional dos Estados Unidos, como aço, alumínio, semicondutores, veículos elétricos, baterias, painéis solares, guindastes para descarga de navios e produtos médicos.

A tarifa mais forte incide sobre os veículos elétricos e aumentará de 25% para 100% neste ano.

Outro aumento significativo da tarifa foi sobre as baterias de íons de lítio usadas em veículos elétricos, que subirão de 7,5% para 25% neste ano.

O anúncio foi feito em meio à campanha eleitoral de 5 de novembro e em um momento em que Biden, que busca a reeleição, adotou um tom cada vez mais duro em relação à China em uma tentativa de conquistar a classe trabalhadora dos EUA.

O candidato republicano Donald Trump, que está sendo julgado em Nova York nesta terça-feira, falou aos repórteres no tribunal sobre as tarifas de Biden sobre a China e disse que o gigante asiático está “comendo o almoço dos Estados Unidos”.

Um repórter perguntou a Biden sobre os comentários, e ele respondeu que “(Trump) os alimenta há muito tempo”.

Durante seu mandato, Trump impôs tarifas sobre centenas de bilhões de produtos chineses, aos quais Pequim respondeu com mais taxas, desencadeando uma guerra comercial que teve consequências negativas para o crescimento global. EFE