EFE/Arquivo/André Borges

Milei pede rigor contra agressões machistas após denúncia contra ex-presidente

Buenos Aires (EFE) – O presidente da Argentina, Javier Milei, disse nesta quarta-feira que “a única solução” para o problema da violência de gênero é o rigor contra os agressores, logo após vir à tona uma denúncia por suposta violência de gênero contra o ex-presidente Alberto Fernández apresentada ontem por sua ex-companheira e ex-primeira-dama, Fabiola Yáñez.

“A única solução para reduzir a criminalidade é ser duro com aqueles que a cometem”, escreveu Milei na rede social X (ex-Twitter), além de fazer várias críticas contra os últimos governos peronistas.

“A solução para a violência exercida por psicopatas contra as mulheres não é criar um Ministério da Mulher, não é contratar milhares de funcionários públicos desnecessários, não são cursos de gênero e, definitivamente, não é dar a todos os homens uma responsabilidade só porque são homens”, acrescentou o presidente, condenando o que chamou de “hipocrisia progressista”.

Para Milei, “o aumento da burocracia estatal é uma fraude moral, fiscal e política” e significa “se aproveitar de um problema sério para fazer negócios”.

“Como fomos os únicos a denunciar este golpe, todos nos acusaram, sem nenhuma evidência, de sermos machistas, violentos e misóginos. Em outras palavras, eles (governos peronistas) usaram a questão não apenas para fazer negócios, mas também para fazer política”, disse o presidente argentino, além de ressaltar que “o caminho para o inferno é pavimentado com boas intenções”.

Fernández criou o Ministério da Mulher, Gênero e Diversidade em 2019, que foi rebaixado ao status de subsecretaria com a chegada de Milei à Presidência – em 10 de dezembro do ano ado – e definitivamente eliminado em junho.

Por sua vez, o porta-voz da presidência, Manuel Adorni, afirmou que o governo “colaborará com a Justiça” no caso sobre Fernández, que ele classificou como “lamentável, triste e vergonhoso”.

“Não há muito a dizer, mas esperamos que a justiça funcione o mais rápido possível e, se houver algum culpado, que ele vá para a prisão”, declarou.

Após a denúncia, Fernández negou a veracidade das acusações feitas por sua ex-companheira e disse em comunicado que “a verdade dos fatos é diferente” e só iria comentar, no momento, que o relato feito por ela “nunca aconteceu”.

“Para a integridade de meus filhos, de mim mesmo e da própria Fabiola, não farei declarações à imprensa, mas fornecerei as provas e testemunhos à Justiça que mostrarão o que realmente aconteceu”, acrescentou.

A denúncia foi feita depois que a Justiça, como parte de uma investigação sobre suposto tráfico de influência por parte do ex-presidente, encontrou mensagens que relatavam agressão física por parte de Fernández contra Yáñez, com quem ele tem um filho de dois anos de idade.

De acordo com a ordem emitida pelo juiz federal Julian Ercolini, o ex-presidente está proibido de deixar a Argentina e de se aproximar da ex-companheira, que atualmente vive na Espanha, e de entrar em contato com ela por qualquer meio. EFE