Ataque israelense contra centro de distribuição de ajuda em Gaza deixa ao menos 10 mortos

Jerusalém/Gaza (EFE).- Dez pessoas morreram, nesta segunda-feira, em um ataque com artilharia israelense contra um centro de distribuição de alimentos da UNRWA (agência da ONU para os refugiados palestinos) em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza.

Segundo a emissora catari “Al Jazeera”, um dos poucos meios de comunicação que ainda mantém correspondentes no norte do enclave – onde Israel realiza uma nova ofensiva terrestre desde 6 de outubro que já deixou mais de 300 mortos -, ao menos 10 pessoas morreram no ataque.

A agência de notícias oficial palestina “Wafa” disse que ao menos oito pessoas foram mortas e outras 40 ficaram feridas. Os corpos e os feridos foram levados ao hospital Al Awda, em Jabalia.

Além disso, outros 13 feridos foram transportados para o hospital Kamal Adwan em Beit Lahia (norte) pela Defesa Civil de Gaza, disse no Telegram o seu porta-voz, Mahmud Basal, depois de terem sido atacados pelas forças israelenses perto de uma escola em Jabalia.

Mais de 60 pessoas morreram nas últimas 24 horas em diferentes pontos do enclave, após um dia em que foram registrados, entre outros, ataques contra um hospital e uma escola no centro de Gaza.

Desde o início da guerra, há mais de um ano, 42.289 pessoas morreram e mais de 98 mil ficaram feridas no território devastado, enquanto os corpos de milhares de pessoas desaparecidas permanecem enterrados sob os escombros, segundo autoridades do enclave, governado pelo Hamas.

Ontem à noite, um bombardeio israelense contra a escola Mufti, que abriga deslocados no acampamento de refugiados de Nuseirat (centro de Gaza), deixou ao menos 23 mortos e dezenas de feridos.

Segundo fontes médicas de Gaza, 18 corpos foram transportados para o hospital Al Awada, em Nuseirat, e outros cinco para os Mártires de al Aqsa, em Deir al Balah, que foi pouco depois atingido por outro ataque israelense que o incendiou, matando quatro pessoas.

Hamas critica EUA e “silencio internacional”

O Hamas condenou o ataque, chamando-o de “massacre horrível”, e disse que Israel não teria ousado continuar a guerra em Gaza, nem expandi-la para o sul do Líbano, se não fosse pelo apoio dos Estados Unidos e pelo “silêncio internacional”.

O comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, disse na rede social X que a escola ia ser usada como centro de vacinação na segunda fase da campanha para imunizar milhares de crianças de Gaza contra a poliomielite, que começou hoje.

“Tivemos que cancelar a campanha de vacinação naquela escola devido aos graves danos”, disse.

A segunda fase da campanha de vacinação contra a poliomielite pretende atingir 591 mil crianças menores de 10 anos em todo o território.

Nos últimos dias, a ONU pediu a Israel que não emitisse novas ordens de evacuação à população de Gaza para ajudar todas as crianças a participarem nesta campanha, que está prevista para terminar no final do mês.

Também insistiu no respeito pelos horários estabelecidos para as “pausas humanitárias”, ou seja, o momento do dia em que ambas as partes em conflito devem abster-se de qualquer ação militar, o que foi amplamente cumprido durante a primeira fase de vacinação, em setembro. EFE