Teerã (EFE).- O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, afirmou nesta segunda-feira que não há motivos para manter negociações indiretas com os Estados Unidos através de Omã, intermediário histórico entre os rivais, devido às atuais tensões no Oriente Médio.
“O processo de Mascate está parado devido às condições especiais da região, e agora não vemos uma base para essas conversas até que possamos superar a crise atual”, disse Araqchi à televisão estatal iraniana na capital de Omã, onde ele está de visita.
Araqchi relatou que, em suas reuniões com as autoridades de Omã, não transmitiu nenhuma mensagem específica aos americanos, mas disse que em todas as suas consultas expressou a posição do Irã sobre questões regionais e internacionais.
Ele fez alusão à guerra na Faixa de Gaza e no Líbano, que estão sob bombardeio israelense, um conflito que pode aumentar se Israel responder ao ataque de mísseis do Irã em 1º de outubro, como prometeu.
“Tanto os Estados Unidos quanto os países europeus e os países da região devem saber qual é a posição do Irã. Nossa posição é bastante clara, já repetimos muitas vezes que não queremos guerras”, enfatizou.
O chefe da diplomacia iraniana disse que Omã sempre contribuiu muito para a solução dos problemas da região e tentou transmitir as mensagens do Irã e dos EUA e criar um contexto para que as negociações se desenvolvessem positivamente.
Omã serviu nos últimos anos como intermediário nas negociações entre Teerã e Washington para reviver o acordo nuclear de 2015, que os EUA abandonaram unilateralmente três anos depois, quando Teerã começou a descumprir os seus compromissos com o pacto.
Em julho, o então ministro das Relações Exteriores do Irã, Ali Bagheri Kani, disse que estão sendo realizadas conversas indiretas com os EUA por meio de Omã, mas que “o processo de negociação é confidencial”. EFE
