Moscou (EFE).- O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, acusou Israel de genocídio e limpeza étnica contra o povo palestino, ao discursar na reunião do Brics, na cidade russa de Kazan, com países do Sul Global.
Abbas acusou as autoridades israelenses de lançar, há pouco mais de um ano, “uma guerra destrutiva, genocídio e limpeza étnica” nos territórios ocupados.
Na presença do secretário-geral da ONU, António Guterres, ele disse que o povo palestino está sofrendo atualmente a maior catástrofe humanitária desde a fundação do Estado de Israel, em 1948.
O líder palestino denunciou que as pessoas no norte da Faixa de Gaza estão ando fome e acusou os colonos israelenses de “agressão” por continuarem a tentar expulsar os palestinos de suas casas.
Abbas afirmou que todas essas ações violam a lei internacional, motivo pelo qual pediu aos presentes que condenem essas práticas para que Israel as renuncie.
Ele também considerou vital que os apelos e as resoluções da ONU sobre um cessar-fogo imediato, o humanitário e expulsão das forças israelenses de Gaza sejam implementados o mais rápido possível.
O chefe da ANP insistiu que é urgente que Israel suspenda sua “presença ilegal no território palestino e em Jerusalém Oriental”. Caso o governo israelense de Benjamin Netanyahu não cumpra essas exigências, a comunidade internacional deve adotar sanções, enfatizou.
Abbas também expressou seu desejo de cooperar com a ONU na convocação de uma conferência internacional de paz.
A previsão é que Abbas se reúna nesta quinta-feira com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, que criticou o bombardeio de Gaza por Israel, mas também seus ataques ao Líbano e à Síria.
Durante a reunião do Brics nesta quinta-feira, os líderes de Rússia, China, Turquia e Irã pediram um cessar-fogo imediato para evitar uma guerra em grande escala no Oriente Médio.
Além disso, um dos líderes do movimento palestino Hamas, Mousa Abu Marzouk, realizou consultas com altos funcionários russos em Moscou no dia anterior. EFE