Cairo (EFE).- O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou nesta quinta-feira em Doha que seu país está “em estreita coordenação com Israel sobre o que é necessário para dissuadir o Irã”, após o lançamento de dezenas de mísseis balísticos contra o Estado judeu no início do mês.
“Os Estados Unidos apoiam o direito de Israel se defender e estamos em estreita coordenação com Israel sobre o que é necessário para dissuadir o Irã de novas agressões e garantir que qualquer resposta não seja a de um ciclo interminável de escalada”, disse Blinken em uma coletiva de imprensa ao lado de seu homólogo do Catar, Mohammed bin Abderrahman.
O chefe da diplomacia americana garantiu que seu país está “preocupado com a possibilidade de ocorrer um conflito mais amplo”, especialmente desde o lançamento deste ataque direto contra Israel, o segundo do Irã no último ano.
O Irã realizou este ataque em resposta à invasão israelense do Líbano e ao assassinato de seus aliados, incluindo o líder do gabinete político do Hamas, Ismail Haniye, em Teerã, e o secretário-geral do grupo xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, em Beirute.
Embora a República Islâmica tenha deixado claro que não quer uma guerra, Israel afirmou que retaliará o lançamento de mísseis balísticos, o que por sua vez fez com que o Irã respondesse que voltaria a atacar duramente o Estado judeu.
“Também continuamos trabalhando com nossos parceiros na região para deixar bem claro ao Irã que novos ataques contra Israel terão consequências profundamente negativas para os interesses do Irã”, acrescentou Blinken, que afirmou que Washington está “muito atento” ao risco de expansão do conflito.
Guerra no Líbano
Sobre a guerra no Líbano, Blinken lembrou que Washington tem sido “muito claro que isto não pode levar, nem deve levar, a uma campanha prolongada”, em referência à campanha de bombardeios massivos contra o país que começou em 23 de setembro e à invasão do sul do país em 1º de outubro.
“Israel deve tomar as medidas necessárias para evitar baixas civis e não pôr em perigo as forças de paz das Nações Unidas ou as Forças Armadas libanesas”, advertiu Blinken, referindo-se aos ataques israelenses sofridos pelas tropas que não participam no conflito entre as forças israelenses e o Hezbollah.
Em um ano de combates, mais de 2.500 pessoas foram mortas por ataques israelenses no Líbano e mais de 12.000 ficaram feridas, enquanto mais de 1,2 milhão de residentes foram forçados a abandonar suas casas para fugir da violência. EFE