Beirute (EFE).- O Exército de Israel voltou a bombardear bairros do sul de Beirute na madrugada desta quinta-feira, depois de ter emitido um aviso aos seus residentes para que abandonassem a área, onde alega que opera o grupo xiita libanês Hezbollah.
Segundo a emissora de televisão libanesa “Al-Mayadeen”, os ataques ocorreram na madrugada de hoje, quando o Exército israelense lançou pelo menos dois bombardeios contra subúrbios ao sul de Beirute, sem revelar se causaram vítimas ou danos.
Por sua vez, a emissora “Al-Jazeera” afirmou que caças israelenses bombardearam bairros comerciais no sul de Beirute, especificamente as áreas de Haret Hreik e Burj al-Barajneh, um reduto do grupo xiita Hezbollah conhecido como Dahye, um alvo regular de ataques do Exército do Estado judeu.
Segundo a emissora catariana, os últimos ataques desta quinta-feira elevaram para sete o número de bombardeios contra o sul da capital libanesa desde a meia-noite ada.
Antes dos bombardeios, o porta-voz em árabe do Exército israelense, Avichay Adraee, divulgou na madrugada de quinta-feira em sua conta na rede social X um alerta aos moradores de edifícios especificados em mapas anexados ao comentário desses bairros, Haret Hreik e Burj al-Barajneh.
Instalações do Hezbollah
“Vocês estão localizados perto de instalações e áreas de interesse do Hezbollah contra as quais as Forças de Defesa de Israel (FDI) irão operar em um futuro próximo”, alertou, recomendando evacuar os edifícios designados e áreas adjacentes e permanecer a uma distância não inferior a 500 metros.
O Exército israelense já havia bombardeado Dahye na quarta-feira, também depois de solicitar a evacuação de vários edifícios da área.
As Forças Armadas de Israel afirmaram em um comunicado que destruíram nove armazéns de armas e centros de comando do grupo xiita “incorporados” em áreas civis, um argumento que Israel repete para justificar seus ataques a infraestruturas civis na Faixa de Gaza e no Líbano.
O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou na véspera que seu país não á um cessar-fogo com o Hezbollah até que este alcance os seus objetivos: desarmar o grupo e garantir a retirada das suas forças para além do rio Litani, no sul do Líbano, para que os mais de 60.000 evacuados do norte de Israel podem regressar às suas casas.
O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, acusou na semana ada o governo israelense de obstruir todas as propostas para alcançar uma trégua com o Líbano, onde mais de 3.200 pessoas já morreram em um ano de hostilidades.
A grande maioria destas mortes ocorreu desde o início da campanha de bombardeios massivos de Israel contra o Líbano, há pouco mais de um mês, seguida por uma ofensiva terrestre, que por sua vez forçou mais de 1,2 milhão de pessoas a abandonarem suas casas, segundo dados do governo libanês. EFE