Bruxelas (EFE).- O ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, vai propor no Conselho de Relações Exteriores da UE, que começou nesta segunda-feira, o envio de uma missão europeia para a agem de Rafah visando apoiar a Autoridade Nacional Palestina, na qual a Espanha participaria com membros da Guarda Civil.
Albares explicou isso em declarações durante sua chegada à reunião dos ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE), salientando que esta força destacada em Rafah, a única agem fronteiriça entre Egito e Palestina (Gaza), tem o objetivo de “ajudar a controlar a entrada e saída de pessoas” e padronizar essa posição.
Se esta iniciativa for bem-sucedida, disse o ministro, “a Guarda Civil estará presente nesta missão”, embora não tenha especificado quantos agentes poderão participar, mas insistiu que serão tantos quantos forem necessários e que o destacamento “tem que ser feito o quanto antes e o mais rápido possível”.
Na primeira reunião do Conselho de Relações Exteriores realizada com Donald Trump na Casa Branca, Albares se referiu à mais recente proposta do presidente dos Estados Unidos para “limpar” Gaza e realocar um milhão e meio de palestinos para países vizinhos, como Jordânia e Egito, para dizer que a posição da UE “é muito clara: os habitantes de Gaza devem permanecer em Gaza”.
Gaza, acrescentou, “faz parte do futuro Estado palestino” e é por isso que pediu que toda a área, junto com a Cisjordânia, “seja colocada sob uma única Autoridade Nacional Palestina” o mais rápido possível.
Destacou ainda que a ajuda humanitária da UE “deve entrar maciçamente” em Gaza para começar a aliviar o mais rápido possível a catástrofe humanitária que provocou mais de um ano de ataques israelenses e, neste sentido, também considera necessário garantir a presença da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA).
Outra das coisas que Albares vai defender na reunião é o levantamento imediato das sanções impostas ao antigo regime sírio, as que afetam diretamente a população, a ajuda humanitária e as econômicas, mas mantendo por agora as que têm a ver com armas químicas.
Fontes do Ministério das Relações Exteriores acreditam que é possível alcançar a unanimidade entre seus colegas europeus sobre essa questão, de modo que essas sanções possam ser suspensas já em fevereiro.
Mas, em qualquer caso, se as novas autoridades sírias não seguirem um caminho democrático e mostrarem respeito pelas mulheres e minorias, as sanções serão impostas novamente.
Albares, que visitou Síria e Líbano há duas semanas, lembrou a urgência de abordar essas medidas, observando que 90% dos sírios vivem abaixo da linha da pobreza.
Ainda em relação ao Oriente Médio, o chefe da diplomacia espanhola espera conseguir a consolidação da paz no Líbano, onde os ataques foram retomados após o término ontem do cessar-fogo temporário de 60 dias entre as forças israelenses e o Hezbollah.
“A violência que vimos ontem no sul do país é inaceitável, 22 mortes são muitas mortes de libaneses inocentes”, disse, pedindo o cumprimento de todos os pontos do acordo que permitiu o cessar-fogo.
Ele defenderá, portanto, o estabelecimento de “um grande pacote de apoio econômico ao Líbano para sua reconstrução” e também o apoio às Forças Armadas libanesas, que são “a melhor garantia da soberania do Líbano e também da segurança da população que vive no norte de Israel”. EFE