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Trump afirma que foi o “único” presidente que não cedeu território ucraniano a Putin

Washington (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se defendeu nesta segunda-feira das críticas da oposição democrata sobre o tratamento dado a seu homólogo da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, alegando que foi o “único” líder americano que não cedeu território ucraniano ao presidente da Rússia, Vladimir Putin.

“O único presidente que não entregou uma polegada de terra da Ucrânia para a Rússia de Putin é o presidente Donald J. Trump. Lembrem-se disso quando os fracos e ineficazes democratas me criticarem e a mídia de notícias falsas espalhar alegremente qualquer coisa que dizem!” escreveu Trump em sua rede social própria, a Truth Social.

Na verdade, nenhum presidente dos EUA na história recente cedeu território ucraniano à Rússia.

Washington tem apoiado a soberania e a integridade territorial da Ucrânia, especialmente desde a anexação da Crimeia por parte da Rússia em 2014, sob o governo de Barack Obama (2009-2017), que em resposta buscou isolar Moscou diplomaticamente e impor sanções.

Os comentários de Trump vêm em resposta às críticas dos democratas nos últimos dias após sua tensa interação com Zelensky no Salão Oval na sexta-feira, destacando o pior momento nas relações entre Kiev e Washington desde o início da invasão russa.

A maioria dos democratas, incluindo o líder da minoria no Senado, Chuck Schumer, e o líder da minoria na Câmara dos Representantes, Hakeem Jeffries, acredita que as ações de Trump servirão apenas para fortalecer Putin.

Enquanto isso, os republicanos saíram em defesa de Trump, com o senador Lindsey Graham chegando a sugerir na sexta-feira que Zelensky deveria renunciar.

“Zelensky terá que mudar fundamentalmente ou sair”, disse o senador.

Trump não chegou a dizer se quer que Zelensky renuncie, mas seu conselheiro de Segurança Nacional, Michael Waltz, deixou a possibilidade em aberto quando afirmou em entrevista à “CNN” no domingo que é necessário um “líder” que possa acabar com a guerra e que se Zelensky não for esse líder, então os EUA têm “um problema real em mãos”.

Na terça-feira, Trump fará um discurso perante ambas as câmaras do Congresso dos EUA, naquele que será o seu primeiro discurso ao Legislativo desde seu retorno à Casa Branca em 20 de janeiro.

A expectativa é que seu discurso aborde a guerra na Ucrânia, o conflito na Faixa de Gaza e seus esforços para redefinir o papel dos EUA no cenário mundial, bem como sua estratégia para reforçar as políticas de imigração e seus esforços para reformar o governo federal.

“AMANHÃ À NOITE SERÁ UM GRANDE DIA! DIREI AS COISAS TAIS COMO ELAS SÃO”, escreveu Trump em letras maiúsculas hoje na Truth Social, antecipando o impacto que pretende causar com seu discurso. EFE