Rodrigo Duterte. EFE/Arquivo/MARK R. CRISTINO

Preso, Duterte continua sendo candidato nas eleições de meio de mandato nas Filipinas

Manila (EFE).- O ex-presidente das Filipinas Rodrigo Duterte continua sendo candidato a prefeito nas eleições de meio de mandato de 12 de maio, apesar de estar detido e em trânsito para Haia após ser indiciado por crimes contra a humanidade pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), informou nesta quarta-feira a Comissão Eleitoral do país (COMELEC).

“A prisão de alguém acusado de um crime, mesmo em nosso país, não é suficiente para retirar o nome de um candidato ou desqualificá-lo”, disse o chefe eleitoral filipino, George Erwin Garcia.

Garcia afirmou que Duterte “ainda é candidato” a prefeito da cidade de Davao, no sul do país, um reduto familiar que ele governou por 22 anos antes de assumir a Presidência entre 2016 e 2022.

As eleições são vistas como um referendo sobre o governo do presidente Ferdinand Marcos Jr., embora também sirvam como um teste de popularidade da família Duterte, com a filha de Rodrigo Duterte e vice-presidente, Sara Duterte, atualmente em conflito com o mandatário.

Duterte foi preso ontem nas Filipinas após o Tribunal Penal Internacional ter emitido um mandado de prisão por crimes contra a humanidade relacionados à guerra do ex-presidente contra as drogas.

Davao, com uma população de mais de 1,6 milhão de habitantes e localizada na ilha de Mindanao, no sul, foi o laboratório onde Duterte lançou sua sangrenta guerra contra as drogas em nível local, antes de expandi-la para todo o país ao assumir a presidência.

Cerca de 6 mil pessoas morreram em operações antidrogas e execuções extrajudiciais durante o mandato de Duterte, de acordo com dados da polícia, enquanto ONGs locais estimam o número de mortos em mais de 30 mil.

O TPI iniciou uma investigação sobre as execuções extrajudiciais e, em 2021, vinculou autoridades e forças de segurança aos crimes cometidos, apesar de Duterte ter retirado as Filipinas da organização em 2019 para evitar ser implicado.

Atualmente, o ex-presidente se encontra em trânsito para Haia, onde será transferido para o centro de detenção istrado pelo TPI e comparecerá perante um juiz em uma audiência inicial para confirmar sua identidade e informá-lo sobre as acusações e seus direitos, antes de prosseguir para o início oficial do julgamento. EFE