BID encerra assembleia determinado a avançar reformas e alcançar maior integração

Santiago do Chile (EFE).- O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) encerrou sua reunião anual em Santiago neste domingo, determinado a continuar a implementação do processo de reforma e a aproveitar as oportunidades que lhes permitirão enfrentar a complexidade do ambiente geopolítico de forma mais integrada.

“Essa reunião mostrou que somos flexíveis e resilientes e é isso que nos torna fortes, que nos reunimos com interesses comuns e apoiamos o processo de implementação da estratégia. Isso nos deu força para continuar trabalhando”, declarou o presidente do BID, o economista brasileiro Ilan Goldfajn, no encerramento do evento.

As Assembleias de Governadores do BID e do BID Invest são os seus órgãos decisórios mais altos e são compostas por ministros de Finanças e Economia e outras autoridades dos 48 países-membros.

Na reunião do ano ado em Punta Cana, na República Dominicana, foi aprovada uma nova estratégia para aumentar seu impacto sob a marca BID Impact+. Os governadores concordaram em aumentar o capital do BID Invest, o braço financeiro da organização, em US$ 3,5 bilhões.

“Essa reunião mostrou que somos flexíveis e resilientes e é isso que nos torna fortes, que nos reunimos com interesses comuns e apoiamos o processo de implementação da estratégia. Isso nos deu força para continuar trabalhando”, declarou o presidente do BID, o economista brasileiro Ilan Goldfajn, no encerramento do evento.

Os países têm até 2026 para concluir esse processo de capitalização, mas essa reunião enfatizou que 19 já se inscreveram para as ações e 14 relataram progresso. Esses 33 países representam mais de 70% dos votos do BID.

A reunião foi realizada às vésperas da implementação da política de tarifas recíprocas or parte do governo dos Estados Unidos, em 2 de abril. Goldfajn disse que ainda é cedo para avaliar seu impacto e insistiu que a mensagem que está sendo transmitida aos membros é que se concentrem no que podem fazer, “trabalhar na integração da região”.

“Temos que ser cada vez mais eficientes e eficazes”, acrescentou na entrevista coletiva final, onde enfatizou que é importante ver “como aproveitar as oportunidades”.

“O banco tem que aproveitar o fato de ter 48 membros, o que nos dá a capacidade de nos unirmos. A integração regional é importante”, analisou.

O ministro das Finanças do Chile e novo presidente da Assembleia de Governadores, Mario Marcel, itiu que 2025 será um ano difícil.

“Este ano será um desafio para a economia global e o desenvolvimento internacional. Será importante estar bem comunicado”, disse no encerramento, enfatizando a necessidade de continuar a se concentrar em melhorar a qualidade e o volume de suas operações.

Dadas essas circunstâncias, Marcel acrescentou que “o tom da reunião foi muito construtivo”.

O evento deste ano começou na quarta-feira, com uma rodada de seminários sobre questões de interesse comum, como a melhoria das interconexões físicas e digitais e a prevenção de desastres naturais.

Ao todo, 11 acordos foram assinados e novos programas foram apresentados, como o BID Cuida, para melhorar a rede de atendimento a pessoas dependentes e formalizar um setor com alto índice de informalidade no trabalho, e o Conexión Sur, que promove o desenvolvimento de corredores estratégicos que melhoram a conectividade, fortalecem as cadeias de valor e modernizam as estruturas institucionais.

Nessa assembleia, também foi lançado o programa Preparados e Resilientes nas Américas, com US$ 10 milhões em financiamento não reembolsável para fortalecer a preparação e a resposta regional a desastres naturais que, quando ocorrem, podem causar uma queda de dois a quatro pontos percentuais no PIB.

Os anfitriões da reunião em nome do Chile foram Marcel e o presidente do país, Gabriel Boric.

A próxima reunião será realizada em Assunção, em março de 2026, e o ministro da Fazenda do Paraguai, Carlos Fernández Valdovinos, confirmou neste domingo à EFE que os representantes aproveitarão a oportunidade para mostrar o potencial do Paraguai “além dos bons números”.

“Preparem-se para serem surpreendidos”, enfatizou na cerimônia de encerramento.

O BID, fundado em 1959, tem mais de US$ 25 bilhões em financiamento anual e pretende ultraar US$ 38 bilhões até 2030. A instituição é uma das principais fontes de financiamento para o desenvolvimento econômico, social e institucional na América Latina e no Caribe e seus três principais acionistas são EUA, Argentina e Brasil.

O banco multilateral tem sede em Washington. A delegação dos EUA foi liderada pela vice-secretária adjunta de Finanças e Políticas de Desenvolvimento Internacional do Departamento do Tesouro, Margaret Kuhlow. EFE