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O protocolo do funeral do papa Francisco, uma delicada tarefa diplomática

Cidade do Vaticano (EFE).- O rígido protocolo para o funeral do papa Francisco neste sábado, onde são esperados mais de 130 delegações internacionais, 50 chefes de Estado e dez monarcas, exige um delicado esforço diplomático para evitar situações de conflito.

O porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, confirmou a presença de 130 delegações, mas o número pode aumentar ao longo do dia, e alguns meios de comunicação falam em até 170, que chegarão ao longo da tarde desta sexta-feira.

As delegações entrarão pelos muros do Vaticano pela Porta do Perugino, onde estacionarão seus carros e seguirão para a Praça de São Pedro, onde entrarão por uma agem lateral e serão recebidos pelo prefeito da Casa Pontifícia, Leonardo Sapienza, antes de serem escoltados até suas posições pela equipe do cerimonial papal.

As delegações internacionais ficarão no lado direito da praça, enquanto os cardeais ficarão no lado esquerdo.

O protocolo do Vaticano, que foi duramente testado durante o funeral de Bento XVI e a multitudinária despedida de João Paulo II – que contou com a presença de 80 chefes de Estado ou de governo -, indica que as primeiras fileiras são reservadas aos chefes de Estado, mas com prioridade para a delegação italiana, a maior com a presença do presidente, Sergio Mattarella, e da primeira-ministra, Giorgia Meloni; e a delegação argentina, país natal de Francisco, chefiada por Javier Milei.

As primeiras fileiras também são dedicadas às casas reais católicas, de modo que o rei e a rainha da Espanha serão colocados nessa posição ao lado dos outros monarcas que anunciaram sua presença, entre eles os de Bélgica, Luxemburgo e Mônaco.

Em seguida estarão monarcas não católicos, como Carl Gustav e a rainha Silvia da Suécia e o príncipe William da Inglaterra.

Em seguida, vem o complicado jogo diplomático de presidentes, seguindo a ordem alfabética sa. Donald Trump, junto com sua esposa Melania, estará na mesma fileira que o francês Emmanuel Macron, mas muito afastado do ucraniano Volodymyr Zelensky, que pretendia conversar com o presidente americano, mas não será uma tarefa fácil, já que o republicano pretende retornar ao seu país imediatamente após a missa.

Nas primeiras fileiras estarão também o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e representantes da União Europeia – com os presidentes do Conselho, da Comissão e do Parlamento, António Costa, Ursula von der Leyen e Roberta Metsola.

Entre os chefes de Estado mais próximos do altar, ainda na primeira fila, estarão os alemães e austríacos, Frank Walter Steinmeier e Alexander van der Bellen, com os seus homólogos da Albânia, Bajram Begaj, e de Angola, João Manuel Gonçalves Lourenço.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva estará na mesma área, juntamente com a governadora-geral do Canadá, Mary Simon, os chefes de Estado de Cabo Verde e Chipre, José Maria Pereira Neves e Nikos Christodoulides, e o presidente do Equador, Daniel Noboa.

Um enigma será se o ex-presidente dos EUA Joe Biden, que confirmou sua presença em Roma ontem devido à sua estreita relação com o papa Francisco, será incluído na delegação, mas o certo é que estará atrás de Trump.

Na terceira fila estarão ministros, outros membros das delegações e embaixadores, como Yaron Sideman, representante de Israel junto à Santa Sé. EFE