Moscou (EFE).- O cessar-fogo de três dias na Ucrânia anunciado pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, entrará em vigor à meia-noite desta quarta-feira, apesar da oposição de Kiev, segundo anunciou o Kremlin.
“Sim, a iniciativa do lado russo, do presidente Putin, continua em vigor”, disse o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov, em sua entrevista coletiva diária por telefone.
O cessar-fogo unilateral estará em vigor por 72 horas, até meia-noite de 10 para 11 de maio, por ocasião das comemorações do 80º aniversário da vitória do Exército Vermelho sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial, que contará com a presença de líderes de cerca de 30 países, entre eles o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Peskov também aproveitou a coletiva para condenar os ataques com drones realizados nos últimos dias pelo Exército ucraniano contra alvos em várias regiões russas, incluindo Moscou.
“O regime de Kiev continua a demonstrar sua essência, sua propensão a ações terroristas”, lamentou.
O porta-voz garantiu que Putin não emitiu nenhuma nova ordem sobre os ataques de drones, embora, ao anunciar a trégua, tenha ordenado ao Exército que respondesse decisivamente a qualquer provocação.
No entanto, Peskov acrescentou que as Forças Armadas russas estão tomando todas as medidas para garantir que as celebrações da vitória do Exército Vermelho ocorram “de maneira calma, estável e pacífica”.
Putin declarou a trégua coincidindo com a presença na capital russa de cerca de 30 líderes estrangeiros, que participarão do desfile militar na Praça Vermelha em 9 de maio.
Nesta quarta-feira, o líder russo se reúne com os presidentes da Venezuela e de Cuba; Amanhã, receberá o líder chinês, Xi Jinping, enquanto na sexta-feira será a vez de Lula e do primeiro-ministro eslovaco.
Além de rejeitar a trégua, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que Kiev não pode garantir a segurança dos líderes que viajam a Moscou para se encontrar com Putin.
Embora a Casa Branca tenha dito inicialmente que não apoiava um cessar-fogo temporário, mas sim uma cessação duradoura das hostilidades, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, endossou esta semana a iniciativa de Putin. EFE