Xi Jinping e Luiz Inacio Lula da Silva nesta terça-feira, em Pequim. EFE/FLORENCE LO/POOL

Lula e Xi se reúnem em Pequim para terceiro encontro em dois anos

Pequim (EFE).- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta terça-feira em Pequim com seu homólogo da China, Xi Jinping, no terceiro encontro entre os dois líderes em dois anos.

Xi, que já havia cumprimentado Lula na abertura da 4ª Reunião Ministerial China-Celac, recebeu o presidente brasileiro com honras no Grande Palácio do Povo, após o que os líderes se encontraram a portas fechadas antes de novos acordos bilaterais.

“Há anos, a ordem internacional já demanda reformas profundas. Nos últimos meses, o mundo se tornou mais imprevisível, mais instável e mais fragmentado. China e Brasil estão determinados a unir suas vozes contra o unilateralismo e o protecionismo”, disse Lula a um grupo de veículos de comunicação presentes no encontro.

O presidente brasileiro também argumentou que o relacionamento entre os dois países “nunca foi tão necessário” e que ambos devem avançar juntos diante dos desafios globais.

Lula também se manifestou contra as guerras comerciais, afirmando que “não têm vencedores”, “elevam os preços”, “deprimem economias” e “corroem a renda das pessoas mais vulneráveis ​​em todos os países”.

“O presidente Xi Jinping e eu apoiamos o comércio justo com base nas regras da Organização Mundial do Comércio”, acrescentou.

Por sua vez, o presidente chinês seguiu a mesma linha e destacou que China e Brasil defenderão conjuntamente o livre-comércio e o sistema multilateral, e frisou que devem se opor da mesma forma ao unilateralismo, ao protecionismo e aos atos de intimidação.

Xi também salientou que ambos os países devem alinhar suas estratégias de desenvolvimento, promover a construção de uma comunidade China-Brasil, promover maior solidariedade e cooperação entre os países do Sul Global e fortalecer sua cooperação em infraestrutura, agricultura, energia e transição energética.

Além disso, recordou que “China e Brasil estão unidos em seu apoio aos esforços para mediar um acordo de paz entre a Rússia e a Ucrânia”.

Os novos acordos de cooperação assinados hoje se concentram em setores-chave como a economia digital, a inteligência artificial e a exploração espacial.

Desde 2009, a China é o maior parceiro comercial do Brasil, e as trocas comerciais têm crescido desde então, atingindo um recorde de US$ 157,5 bilhões em 2023, com um superávit a favor do Brasil de US$ 51,1 bilhões, segundo estatísticas oficiais.

Além do comércio, a cooperação bilateral abrange quase todos os setores, de acordo com um amplo acordo de associação estratégica em vigor desde 2012.

Em nível global, além de serem membros do G20, que realizou sua cúpula anual em novembro de 2024 no Rio de Janeiro, Brasil e China, juntamente com Rússia, Índia e África do Sul, são fundadores do Brics, ao qual se juntaram no ano ado Irã, Egito, Emirados Árabes Unidos e Etiópia.

O Brasil ocupa a presidência anual do Brics em 2025 e sediará a próxima cúpula, razão pela qual se espera que Xi visite o país nos próximos meses. EFE