Cairo (EFE).- O primeiro-ministro e chanceler do Catar, Mohammed bin Abdul Rahman al Thani, acusou Israel nesta terça-feira de “abortar as possibilidades” de uma trégua na Faixa de Gaza, embora tenha garantido que seu país está comprometido em continuar os esforços de mediação, junto com os Estados Unidos e o Egito, até que a guerra termine.
“As perspectivas de calma estão sendo abortadas”, disse Al Thani em um discurso em Doha, no qual denunciou a expansão da ofensiva israelense em Gaza, apesar da recente libertação do soldado israelense-americano Edan Alexander e da continuação das negociações indiretas na capital do Catar.
“Quando o soldado americano-israelense foi libertado, pensamos que esse gesto abriria as portas para o fim da tragédia (em Gaza), mas a resposta (israelense) foi uma onda de bombardeios ainda mais violenta que levou à morte de milhares de pessoas inocentes”, declarou o líder catariano na abertura do Fórum Econômico do Catar.
Alexander foi libertado pelo Hamas há dez dias graças à ajuda da diplomacia dos Estados Unidos, que faz a mediação entre o grupo islâmico palestino e Israel, juntamente com o Catar e o Egito.
Após essa medida, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enviou uma delegação israelense a Doha para retomar as negociações indiretas, ao mesmo tempo em que decidiu expandir a operação militar em Gaza.
Al Thani, um dos maiores críticos da política do governo israelense de extrema-direita em Gaza e cujo país abriga o escritório político do Hamas, declarou que seu país está comprometido em continuar os esforços para “acabar com a guerra e libertar os reféns e prisioneiros”.
“Até que o sofrimento do nosso povo em Gaza termine e até que toda a região saia do ciclo de perigo iminente e contínuo”, acrescentou.
Mais de 53.000 pessoas morreram em Gaza desde que Israel iniciou sua guerra no enclave palestino em outubro de 2023, a maioria mulheres e crianças, e mais de 121.000 ficaram feridas.
Netanyahu alertou na segunda-feira que assumirá o controle de “todas as áreas da Faixa de Gaza” e que seu governo permitirá uma entrada “mínima” de ajuda humanitária no enclave para continuar a ofensiva de guerra no já devastado território palestino. EFE