Antonio Guterres. EFE/Arquivo/DANIEL IRUNGU

Guterres diz que atacar Rafah seria “uma calamidade política e um pesadelo humanitário”

Nações Unidas (EFE).- O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou nesta terça-feira que um ataque à cidade de Rafah “seria um erro estratégico, uma calamidade política e um pesadelo humanitário”, justamente em um momento em que a operação parece ter começado, embora em pequena escala.

“Até mesmo os melhores amigos de Israel estão cientes disso”, disse Guterres, referindo-se aos Estados Unidos, que pediu ao país que evitasse uma incursão em grande escala em Rafah.

Em mensagem dirigida principalmente a Israel, Guterres afirmou que “as coisas estão indo na direção errada” e disse que estava “perturbado” com a atividade militar israelense em Rafah, além de pedir a Israel que interrompa qualquer escalada e se envolva de forma construtiva nas negociações diplomáticas em andamento.

“Um ataque em grande escala será uma catástrofe humana: mais vítimas civis incontáveis, mais famílias forçadas a fugir novamente, sem ter para onde ir, porque não há mais um lugar seguro em Gaza”, declarou.

Guterres também pediu a Israel que “abra imediatamente” as agens de Rafah e Kerem Shalom no sul da Faixa de Gaza, os únicos pontos de agem pelos quais a ajuda humanitária entra para os 1,5 milhão de habitantes do território palestino que se aglomeram na cidade.

O secretário-geral da ONU diz estar convencido de que este é “um momento decisivo para os povos de Israel e Palestina, e para o futuro de toda a região”.

Ele pediu “àqueles que têm influência sobre Israel” que façam tudo o que estiver ao seu alcance para evitar uma tragédia, porque, segundo ele, a comunidade internacional tem a responsabilidade compartilhada de promover um cessar-fogo humanitário, uma libertação incondicional dos reféns e um aumento maciço da ajuda humanitária. EFE