Otty Patiño. EFE/Arquivo/Carlos Ortega

Governo da Colômbia diz que não fará acordos se guerrilha ELN voltar a cometer sequestros

Bogotá (EFE) – O comissário de paz da Colômbia, Otty Patiño, disse nesta segunda-feira que o governo do país “não á acordos que legitimem uma representação que não cumpra o que foi pactuado”, em referência à decisão da guerrilha Exército de Libertação Nacional (ELN) de retomar sequestros no mesmo dia em que as delegações que representam as partes retomaram as negociações em um novo ciclo.

“Essa crise na liderança do ELN se torna mais evidente pela decisão expressa recentemente por sua Direção Nacional de retomar os sequestros como fonte de financiamento. Por essa razão, nossa delegação em Caracas não á acordos que legitimem uma representação que não cumpre o que foi pactuado e continua a permitir o horror do comércio de seres humanos”, disse Patiño em uma carta.

As delegações de paz do governo colombiano e do ELN iniciaram uma nova rodada de negociações em Caracas na segunda-feira (20), com reuniões separadas a portas fechadas com os garantidores do processo.

As partes retomam as conversas 15 dias depois que o ELN anunciou estar “encerrando” a suspensão dos sequestros para fins financeiros, por considerar que o governo não cumpriu a criação de um “fundo de vários doadores para o processo de paz”. Já o governo respondeu que a eliminação desse crime não é negociável.

Nesse contexto, “dada a profunda crise de liderança” do ELN, Patiño convidou os representantes da guerrilha a “resolver suas diferenças e atender ao clamor das comunidades que exigem o fim do conflito e a construção da paz”.

O ELN realizará seu 6º Congresso Nacional no segundo semestre, quase uma década após o anterior e o primeiro com “Antonio García” como seu principal comandante, em um momento em que a guerrilha está em conversas com o governo.

Ambas as delegações trocaram críticas, e os últimos dias foram marcados por tensões crescentes e incertezas sobre o futuro das negociações de paz. EFE